O Ministério da Educação divulgou hoje os resultados dos exames nacionais do ensino secundário (1ª fase).
Como em todas as notícias sobre a educação, surgem vários comentadores desdobrando-se em comentários desfavoráveis contra os professores de carreira.
São as fornadas de licenciados pelas escolas superiores de educação (ESE) que, não conseguindo vaga no ensino público, e ainda menos no privado, foram obrigados a aceitar um lugar de caixa num hipermercado. E que, tendo consciência da fraca preparação científica que muitas dessas escolas proporcionam, sabem que nunca conseguirão ser aprovados na prova de ingresso na carreira docente.
Compreende-se a frustração de quem foi severamente enganado por um lobby poderosíssimo da classe política ─ o das Ciências da Educação ─ , que abriu vagas excessivas nas ESE para criar emprego aos docentes dessas instituições do ensino politécnico.
Outros há que, depois de muito estudo, conseguiram licenciar-se em universidades públicas e viram passar-lhes à frente os licenciados das ESE devido à inflação das classificações no ensino politécnico. São os duplamente enganados.
Mas também há comentários que põem em evidência um problema grave, a existência de pessoas que conseguiram entrar na carreira docente sem terem mérito e agora continuam a progredir nessa carreira bajulando as direcções de muitos agrupamentos de escolas. O seguinte é exemplar:
António, Lisboa. 08.07.2010 19:51
Povo português
Acabei este ano o 12º ano de escolaridade. Conheço perfeitamente as minhas capacidades e já fiz vários exames na minha vida (sei que ainda são poucos, pois quero ir para a universidade), mas o que acontece é que, depois de já ter tido quase meia centena de professores, sinto que estes deveriam de receber uma melhor preparação, de modo a que nos possam orientar, de uma forma mais correcta, para os diferentes exames, porque o que eu acho é que há uma grande discrepância entre o que nos é avaliado em tempo de aulas e a avaliação feita através dos exames. Se os exames têm um grau de exigência elevado, então esse nível também deveria ser exigido nas aulas.
Para tal, eu penso que é o próprio Ministério que deveria de corrigir todos estes erros do sistema, com empenho, não agindo como o típico povo português, que só imita as coisas boas dos outros, quando isso não custa muito e quando é suficiente para se sobressair. Infelizmente, eu, com 17 anos, vejo que o meu país só tem desse tipo de pessoas no poder, pelo que não acredito que o sistema venha a mudar brevemente.
Agradeço críticas construtivas, porque destrutivas já chegam as que vejo por aí; não é assim que se evolui, amigos.
Está correcto, caro aluno: os políticos estão mais preocupados com os votos dos docentes e discentes que procuram lucrar com o facilitismo, do que em reflectir em opiniões pertinentes, como a sua, e corrigir a política educativa.
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