As metas de aprendizagem que os alunos do ensino básico devem atingir no final de cada ciclo serão divulgadas em Setembro, anunciou, em conferência de imprensa, a ministra da Educação, Isabel Alçada.
São "um instrumento de utilização voluntária" com o objectivo de fornecer aos professores, pais e alunos um referencial sobre as aprendizagens que são consideradas essenciais em cada nível de ensino.
As metas foram definidas por equipas de peritos contratados pelo Ministério da Educação, de cujo trabalho resultou um conjunto de nove documentos correspondendo a cada uma das disciplinas ou áreas disciplinares do ensino básico.
Estão agora a ser recolhidas as opiniões das associações de professores e sociedades científicas, um processo que deverá estar concluído até Setembro.
A Sociedade Portuguesa de Matemática já divulgou no início do mês um parecer onde se afirma que o documento respeitante a esta disciplina "tem limitações muito graves" e "não nos parecer que possa sequer constituir um elemento de partida para a elaboração das metas".
Ontem, o Ministério disponibilizou uma meta de Matemática: "usar o sistema de numeração decimal, incluindo o valor posicional de um algarismo". Fantástico! Estas sumidades acabam de enunciar uma meta que todos os docentes têm em mente quando elaboram as suas preparações de aulas.
Há programas no ensino básico, não há? Os bons professores sabem muito bem quais os conteúdos programáticos que são essenciais.
E se as metas de aprendizagem não resultarem, o que fará o ME? Duplica o número de elementos da equipa de “peritos” que ficarão mais um par de anos a elaborar mais uma dezena de documentos.
Que desperdício criar equipas com o objectivo de arranjar pluriemprego para boys e girls do partido no poder.
Há 36 anos que andamos nestas artimanhas e a situação vai manter-se até os professores repetirem o que fizeram a respeito do ECD, i.e. descerem a avenida da Liberdade exigindo o fim do facilitismo e da indisciplina.
Mas a exigência também terá de se estender aos próprios docentes obviamente. Pergunto: se houvesse exigência todos os docentes que entraram para os quadros após o 25 Abril estariam na carreira?
Comenta uma colega: "Só fazemos papéis e não temos tempo para ensinar nem preparar as aulas como deve ser". É absolutamente verdade. Mas não vejo 120 000 docentes a reivindicar que a burocracia seja substituída por avaliação de aulas por docentes universitários da área de leccionação (não por peritos do "Eduquês", obviamente).
Concordo com o comentário. Aliás eu já referi várias vezes que em Portugal mudamos os nomes às coisas mas continua tudo na mesma. Passámos de Programar por forma a que o aluno atingisse determinados Objectivos para ter como objectivo que os alunos desenvolvessem determinadas Competências... Enfim... Um amigo meu caminhava pela relva do jardim e pisando o que não queria exclamou desatinado: "MERDA"!
ResponderEliminarUm transeunte respondeu-lhe: "Pode não ser merda mas cagou-a o cão!". Qual é a diferença entre "objectivos mínimos" que eram usados para avaliar os alunos e esta porcaria de metas? Mais uma quantidade de falsos supra-inteligentes que, sendo iguais a todos os outros professores (afinal, foram formados nas mesmas universidades e não creio que sejam os mais competentes que de lá saíram que integraram esta equipa!) vão ganhar uma pipa de massa mesmo que nada façam (tal como como aquele que tinha como missão compilar a legislação que em forma de verborreia de Maria de Lurdes e que não conseguiu dar conta do recado pois a senhora vomitava leis e regulamentos como quem vai casa de banho em dia de diarreia)... Triste país que é governado por gente assim...