sábado, 24 de julho de 2010

Criação dos agrupamentos verticais VI


Por detrás de muitos comentários desfavoráveis à notícia Governo encerra 701 escolas e transfere 10 mil alunos estão duas questões que não se podem escamotear.

A primeira diz respeito aos 701 professores do 1º ciclo do ensino básico, e mais alguns educadores da educação pré-escolar, que vão ser empurrados para o desemprego pela resolução 44/2010.
Com a constituição dos agrupamentos de escolas básicas passámos a contactar com estes professores e sabemos que, se alguns são muito competentes, outros há que não têm conhecimentos científicos para a docência.
Infelizmente a avaliação do desempenho foi uma farsa e não distinguiu o trigo do joio. Trata-se de um problema de mentalidade dos portugueses que, naturalmente, se transfere para os políticos que elegemos: avalia-se por compadrio, muito raramente por mérito.
Por isso acreditamos que o fecho destas escolas vai atirar muito bons profissionais para caixas de hipermercado. É um crime contra as pessoas e a economia.
Uma palavra para os incompetentes, porque foram enganados. Os políticos criaram Escolas Superiores de Educação, no ensino superior politécnico, a torto e a direito, sem qualidade, para aí se poderem empregar quando os respectivos partidos estão na oposição. E atraíram alunos para elas abrindo vagas que, dada a contínua diminuição da taxa de natalidade, excediam as necessidades do país. Foi outro crime.

A segunda questão diz respeito às direcções dos agrupamentos que foram afastadas. Ao contrário do que a resolução 44/2010 parece sugerir, não é escolhido para director da Comissão Administrativa Provisória o director da escola secundária, mas quem tiver cartão do partido socialista.
Serão trágicas as consequências que daí advirão para o ensino porque ninguém gosta de ser ultrapassado por incompetentes. A guerra surda que se avizinha no ano escolar 2010/2011 vai destronar a guerra do ano 2008/2009.



Declaração de interesses: docente há mais de três décadas, actualmente quadro de agrupamento de escolas básicas, não pertence à direcção, nem sequer ao grupo de compadrio do agrupamento, bem pelo contrário.

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