domingo, 25 de abril de 2010

Fogo de vista



A descolonização não foi a melhor (...) e o 25 de Abril não conseguiu responder às aspirações justas e fundadas e aos interesses legítimos da maioria dos portugueses.



00:01 Vistoso fogo de artifício brota da Quinta da Atalaia. Com o Tejo em maré baixa, o catamarrã da meia noite da Soflusa, à passagem da enseada do Seixal, parecia deslizar entre esferas em expansão de estrelas verdes e rubras. Pouco depois, subiam rastos de luz do terminal fluvial, a desfazerem-se em estrelas azuis e brancas.

00:10 Sobre os vultos negros das torres das Amoreiras aparecem umas tímidas esferas de fogo.

00:20 Começa o fogo de Almada, também a subir de dois pontos, um à beira rio e outro no alto dos penhascos fronteiros a Lisboa, pareceu-me, com estrondo e miríades de estrelas. Belo fogo de artifício, talvez a beneficiar de alguma ajuda de fogo de vista de Belém.


Ninguém se lembrou de sincronizar os vários lançamentos.

Ninguém reparou na ponte meio às escuras, com a torre sul e os cabos de suspensão do tabuleiro de luzes apagadas.

Ninguém se apercebeu do soberbo panorama que se desfruta, nos lugares da frente dos catamarãs da Soflusa, do conjunto arquitectónico do Terreiro do Paço e das colinas envolventes.
Só os turistas que visitam a capital e que não encontram, nem na estação de Sul e Sueste, nem no terminal fluvial do Barreiro, uma alma capaz de alinhavar uma frase em inglês.


No céu, a Lua em avançado Quarto Crescente, a lembrar a inflação dos juros da dívida pública do país nesta semana, assistiu impávida e serena.

Amanhã celebrar-se-á missa de corpo presente na Assembleia da República.


Sem comentários:

Enviar um comentário