domingo, 21 de fevereiro de 2010

Tempestade na ilha da Madeira I


O regresso brutal à realidade neste país.






O encontro de uma massa de ar muito frio, oriunda da Terra Nova, com uma massa de ar quente, a sul, criou uma superfície frontal no oceano Atlântico, entre Cuba e Marrocos, com nuvens que atingiram 12 a 14 km de altura. O sul da ilha da Madeira ficou no caminho desta frente nebulosa:





O Instituto de Meteorologia já previa para o Funchal um valor de precipitação elevado. Pelas 19.25 de sexta-feira foi emitido o aviso amarelo de precipitação que corresponde à queda de 10 a 20 milímetro de chuva por hora. Dados oriundos do satélite permitiram antever um agravamento da situação e pelas 8.52 de sábado, dia do temporal, o aviso mudou para laranja (queda de chuva entre 21 e 40 mm/h), passando apenas às 10.00 para vermelho (queda de chuva acima de 40 mm/h).
Foi entre as 9 e as 10h que a estação Funchal-Observatório registou o valor máximo de precipitação por hora: 52 mm/h. O valor acumulado entre as 6 e as 11h foi 108 mm.
Na estação Pico do Areeiro registou-se o valor máximo de 58 mm/h, obtido entre as 10 e as 11 h, e o valor acumulado entre as 6 e as 11h foi 165 mm.







Milhões de litros de água desceram pelas escarpas a grande velocidade e foram parar a ribeiras apertadas entre muros e que, para agudizar a tragédia, atravessam entubadas a baixa do Funchal.
A ignorância científica e técnica dos decisores no ordenamento do território aliou-se, assim, à violência da tempestade para avolumar a catástrofe face às cheias de 1993 (8 mortos e uma centena de desalojados).

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