domingo, 25 de outubro de 2009

Isabel Alçada — convenção nacional PS



Se vogliamo che tutto rimanga como è, bisogna che tutto cambi.

Giuseppe Tomasi di Lampedusa, Il gattopardo






24 toques nos óculos em 14 minutos. Em sala de aula já estava na lista negra dos alunos.


sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Expectativa I


Da biografia da senhora Ministra da Educação, Dra. Isabel Alçada, consta que a sua infância e juventude decorreram num ambiente alegre, caloroso, feliz, rico de vivências.
Frequentou o Liceu Francês Charles Lepierre, onde concluiu o Ensino Secundário. É licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Casou ainda estudante, na véspera de fazer 18 anos e iniciou a sua vida profissional a trabalhar no Centro de Formação e Orientação Profissional - Psicoforma. Concluído o curso, ingressou nos quadros do Ministério da Educação, tendo participado activamente na Reforma do Ensino Secundário em 1975/76. No ano seguinte optou por seguir carreira como professora de Português e História do 2º ciclo.

Mas também se afirma que fez mestrado em Ciências da Educação nos Estados Unidos da América, Universidade de Boston. E actualmente faz parte do quadro de professores da Escola Superior de Educação de Lisboa.

Avaliação do governo cessante




Aqui fica o comentário, à avaliação do governo cessante, de um leitor do JN que sabe ler, escrever e interpretar o quotidiano deste país, mas já começa a duvidar dos seus conhecimentos e aptidões:


convi
Ou eu sou burro ou então...

não sou. Se sou ... sou e isto porque não compreendo como é que estas sondagens são feitas. Devem ser as tais sondagens encomendadas por alguém que, por exemplo, davam o CDS/PP como morto. Afinal é o 3º partido político desta parvónia!

Então o ministro do ambiente tem avaliação positiva? Deus meu! Então o burro sou eu, ou são os "mentores destas farsas", palhaços autênticos? E Alberto Costa (Justiça) quase tem nota positiva. Meu Deus! Mas que justiça temos nós em Portugal? Um nojo!

E a ministra da Educação? Que dizer dessa senhora que tem provocado tanta celeuma? Valorizar a sua birra, a sua teimosia? O burro devo ser eu e os inteligentes são os Zaps e os Denys parasitóides. E o jamais dos camelos (o das obras públicas) que tem 9,2 valores. Fico pasmado! A estupidez dos inquiridos não tem limites.

Mas quem está em nº 1? O ministro das finanças cujo único (de)mérito foi espoliar os portugueses, sugando-os até ao tutano, impondo uma carga fiscal gravosa e injusta, permitindo autênticas atrocidades por parte do fisco. Esse homem foi considerado o pior ministro das finanças da UE e aqui, nesta parvalheira que segue na cauda da Europa, é o nº 1!

Esta gente está doida! Mas ... também não admira: os pategos premiaram Sócrates com uma maioria (embora relativa) quando tiveram a possibilidade de dar o governo a F. Leite, uma pessoa competente e honesta. É mesmo uma terra jamais!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Arquimedes III - Uma experiência virtual


Se aplicarmos uma força a uma mola, esta estica. Como o alongamento é directamente proporcional à intensidade da força, podemos construir um aparelho para medir a intensidade das forças, chamado dinamómetro.

Agora divirtam-se com este brinquedo:



Cliquem no dinamómetro e introduzam o corpo no líquido (arrastando o dinamómetro com o rato). Reparem como a intensidade da força diminui de 7,5 para 5 unidades, porque a impulsão exercida pelo líquido opõe-se ao peso do corpo.


(Para correr este applet deverá instalar no seu computador o Java 1.4 ou superior. Pode descarregar da Sun Microsystems.)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Arquimedes II - A ponta do icebergue


Já a fusão dos glaciares das cadeias montanhosas e dos gelos que cobrem o continente antárctico provocará, obviamente, a subida do nível dos oceanos.

Os icebergues são enormes blocos de gelo que se desprendem dos glaciares. Por curiosidade assinale-se que



Logo



Quando deparamos com um icebergue a flutuar no oceano, estamos a ver a sua parte emersa, i.e. apenas 1/10 do seu volume.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Arquimedes I – A fusão da calote polar árctica fará subir o nível dos oceanos?


A calote polar árctica resultou da solidificação da água do oceano.
Seja


A calote polar árctica flutua no oceano, logo o seu peso é equilibrado pela impulsão exercida pela água do oceano:

P = I

A impulsão é o peso da água do oceano deslocada pela parte imersa da calote:


Durante a fusão do gelo obviamente o peso mantém-se constante:



Donde
e finalmente


Como o volume da água obtida por fusão é igual ao volume imerso da calote, então o nível do oceano manter-se-á constante.


Isto foi explicado no século III A.C. (portanto há 23 séculos) por Arquimedes, ao descobrir que os líquidos exercem uma força sobre os corpos neles mergulhados — a impulsão.
Sim, esse mesmo matemático e físico grego à volta do qual foi criada a lenda de ter saído nu para a rua, após a descoberta, gritando Eureka! Lenda que fazia as delícias dos alunos no tempo em que se ensinava Física nas escolas públicas.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Ranking das escolas


A imprensa publicou hoje o ranking das escolas do ensino secundário.

É óbvio que há uma relação de causa e efeito entre o estrato socioeconómico e cultural das famílias dos alunos de uma escola e a posição que esta ocupa no ranking. Portanto não pode servir para avaliar as escolas ou os seus professores.

Mas os pais e encarregados de educação têm o direito de poderem escolher para os seus filhos ou educandos a escola onde os alunos têm melhores classificações nos exames. E só podem fazê-lo se conhecerem a posição das escolas no ranking.

Devem os docentes facultar-lhes essa informação. Aqui fica o ranking publicado pelo Jornal de Notícias:




CE = classificação de exame
CFD = classificação final de disciplina

Negócios da Educação II


A história da Internet de Banda larga nas escolas é interessante.

Em 2007, aquando da venda dos primeiros computadores portáteis a docentes e alunos, o governo anunciou na comunicação social que fora instalada uma rede wireless nas 1200 escolas do país.
Pura propaganda, não havia nada. Passado um ano instalaram na minha escola uma rede com um servidor localizado na bilioteca e 4 pontos de repetição, que só permitia o acesso à Net dentro de um círculo com um raio de 20 m que, por falta de manutenção, ficou inoperacional ao fim de poucos meses.

Na semana seguinte às eleições europeias despejaram na escola computadores da Hewlett-Packard e quadros interactivos com videoprojector acoplado da Promethean, sem instruções para que fossem colocados na mesma parede da sala de aula.
Donde resultou que ficaram em paredes opostas: o docente teria de abrir a aplicação informática no computador que está sobre a sua secretária, percorria toda a sala de aula até ao quadro interactivo, escrevia nele, voltava a percorrer a sala da última fila de carteiras dos alunos até à secretária para aceder ao computador e fazer as operações necessárias na aplicação informática, voltava a percorrer a sala para escrever no quadro, ... e assim sucessivamente. É claro que os quadros vão apodrecer nas paredes sem serem usados.

Em Setembro começou a ser feita a cablagem: um ponto de rede na secretária do professor, um metro de cabo no quadro interactivo, ... , e 10 m de espaço vazio entre ambos: agora temos a certeza que os quadros interactivos nunca serão usados por impossibilidade física.
E continuamos à espera da ligação à Net, pela rede fixa, dos computadores das salas de aula.
Mas nem tudo é mau: a rede wireless voltou a funcionar. O problema é que por escassez de assistentes operacionais (é o novo nome dos "funcionários auxiliares de acção educativa", a quem os alunos ainda chamam "contínuos") a Biblioteca/Centro de Recursos está encerrada desde o início deste ano lectivo.

Entretanto está a ser feita formação de docentes para usar o software dos quadros interactivos porque chegou a vez do lobby das Ciências da Educação facturar.

E os videoprojectores da Epson não se usam? Usam-se, sim senhor. Ligados aos portáteis dos docentes nas 2 ou 3 salas que foram equipadas há uma década com ecrã de projecção!

Negócios da Educação I


Desde Abril, o Grupo Rangel e a Decsis já levaram mais de 30 mil equipamentos de tecnologias de informação a várias salas de aula de todo o país. Entre estes aparelhos incluem-se 27 560 computadores entregues ao Ministério da Educação, 3400 computadores e 280 videoprojectores destinados à Parque Escolar e 360 quadros interactivos já instalados em seis Municípios do Norte e Centro do país.

O objectivo é entregar e instalar cerca de 15 mil videoprojectores da marca Epson em 586 escolas em todo o país, na maior operação de distribuição a nível mundial desta marca, até agora realizada. A operação envolve 30 viaturas e 60 motoristas e técnicos de montagem da Rangel Distribuição e Logística (RDL), a empresa do Grupo Rangel que faz a recepção, reunião e carga de todos os aparelhos. O projecto desenvolve-se em duas fases: a primeira decorreu entre Fevereiro e Julho e a segunda está a ser executada nos meses de Setembro e Outubro.

Paralelamente, o Grupo Rangel preparou em armazém 62 mil computadores e monitores TFT (thin film transistor, uma tecnologia mais avançada de monitores LCD) com múltiplos sistemas operativos.

As duas empresas, parceiras há cerca de um ano, desejam continuar a trabalhar em conjunto, dado o sucesso obtido até agora. "Temos obtido um feedback bastante positivo em relação à cooperação com a Decsis, uma vez que partilhamos valores fundamentais para o sucesso desta parceria: ambição, perfeccionismo e desejo de desenvolver as melhores práticas nos respectivos sectores", revela Nuno Ramalho, director-geral da RDL.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

2009 Presidente Obama


O Comité Nobel norueguês decidiu que o Prémio Nobel da Paz de 2009 será entregue ao Presidente Barack Obama.

Na sua declaração o Comité Nobel afirma que "É muito raro uma pessoa conseguir, no tempo em que Obama conseguiu, capturar a atenção mundial e dar às pessoas um sentimento de esperança rumo a um futuro melhor."

E termina subscrevendo o apelo de Obama: "Agora é tempo de todos nós tomarmos a nossa parte de responsabilidade para se alcançar uma resposta mundial aos desafios mundiais."

Procura-se corresponder transcrevendo, com a devida vénia à 4R - Quarta República, parte do mais singular discurso de incentivo aos alunos e suas famílias:



--Sei que para muitos de vocês hoje é o primeiro dia de aulas, e para os que entraram para o jardim infantil, para a escola primária ou secundária, é o primeiro dia numa nova escola, por isso é compreensível que estejam um pouco nervosos. Também deve haver alguns alunos mais velhos, contentes por saberem que já só lhes falta um ano. Mas, estejam em que ano estiverem, muitos devem ter pena por as férias de Verão terem acabado e já não poderem ficar até mais tarde na cama.

Também conheço essa sensação. Quando era miúdo, a minha família viveu alguns anos na Indonésia e a minha mãe não tinha dinheiro para me mandar para a escola onde andavam os outros miúdos americanos. Foi por isso que ela decidiu dar-me ela própria umas lições extras, segunda a sexta-feira, às 4h30 da manhã.

A ideia de me levantar àquela hora não me agradava por aí além. Adormeci muitas vezes sentado à mesa da cozinha. Mas quando eu me queixava a minha mãe respondia-me: "Olha que isto para mim também não é pêra doce, meu malandro..."

Tenho consciência de que alguns de vocês ainda estão a adaptar-se ao regresso às aulas, mas hoje estou aqui porque tenho um assunto importante a discutir convosco. Quero falar convosco da vossa educação e daquilo que se espera de vocês neste novo ano escolar.

Já fiz muitos discursos sobre educação, e falei muito de responsabilidade. Falei da responsabilidade dos vossos professores de vos motivarem, de vos fazerem ter vontade de aprender. Falei da responsabilidade dos vossos pais de vos manterem no bom caminho, de se assegurarem de que vocês fazem os trabalhos de casa e não passam o dia à frente da televisão ou a jogar com a Xbox. Falei da responsabilidade do vosso governo de estabelecer padrões elevados, de apoiar os professores e os directores das escolas e de melhorar as que não estão a funcionar bem e onde os alunos não têm as oportunidades que merecem.

No entanto, a verdade é que nem os professores e os pais mais dedicados, nem as melhores escolas do mundo são capazes do que quer que seja se vocês não assumirem as vossas responsabilidades. Se vocês não forem às aulas, não prestarem atenção a esses professores, aos vossos avós e aos outros adultos e não trabalharem duramente, como terão de fazer se quiserem ser bem sucedidos.

E hoje é nesse assunto que quero concentrar-me: na responsabilidade de cada um de vocês pela sua própria educação.

Todos vocês são bons em alguma coisa. Não há nenhum que não tenha alguma coisa a dar. E é a vocês que cabe descobrir do que se trata. É essa oportunidade que a educação vos proporciona.

Talvez tenham a capacidade de ser bons escritores - suficientemente bons para escreverem livros ou artigos para jornais -, mas se não fizerem o trabalho de Inglês podem nunca vir a sabê-lo. Talvez sejam pessoas inovadoras ou inventores - quem sabe capazes de criar o próximo iPhone ou um novo medicamento ou vacina -, mas se não fizerem o projecto de Ciências podem não vir a percebê-lo. Talvez possam vir a ser mayors ou senadores, ou juízes do Supremo Tribunal, mas se não participarem nos debates dos clubes da vossa escola podem nunca vir a sabê-lo.

No entanto, escolham o que escolherem fazer com a vossa vida, garanto-vos que não será possível a não ser que estudem. Querem ser médicos, professores ou polícias? Querem ser enfermeiros, arquitectos, advogados ou militares? Para qualquer dessas carreiras é preciso ter estudos. Não podem deixar a escola e esperar arranjar um bom emprego. Têm de trabalhar, estudar, aprender para isso.


Ler o resto aqui.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

2009 Presidente Zapatero


O Presidente do governo português, perdão, espanhol, escreveu recentemente uma carta cuja leitura se recomenda. Ei-la:



Hoje celebramos o Dia Mundial dos Docentes, instituído pela Unesco faz 15 anos para render homenagem ao professorado e ao papel essencial que desempenha para uma educação de qualidade. É um dia para partilhar ganhos e, também, para aceitar a responsabilidade de achar a solução, entre todos, das carências.

Educadores e educadoras, professoras e professores espanhóis:

O nosso país transformou-se tanto nas últimas décadas que talvez alguns tenham esquecido que nos anos 70 do século XX, Espanha tinha, ainda, pessoas analfabetas, que o acesso à Educação não era universal, e que o nascimento num ou noutro lugar podia ser tão determinante como a família no momento de planificar uma vida.

Porque os sonhos costumavam ser, para tristeza de muitos, do tamanho dos seus precários rendimentos.

Avançámos muito. Hoje o nosso sistema educativo abre-se a toda a população e, fruto deste progresso, deste grande êxito colectivo, contamos com as gerações melhor preparadas da história de Espanha. Ter-me-eis ouvido repeti-lo, porque creio que é necessário valorizar e reconhecer o caminho realizado para sermos plenamente conscientes do que ainda resta percorrer.

Mas os nossos ganhos educativos terão a dimensão que sejamos capazes de traçar juntos e, por isso, creio firmemente que chegou o momento para um Pacto Educativo. O meu propósito é impulsionar um acordo social e político que olhe o futuro com ambição, com a ambição de um país que aspira à excelência e sabe que tem na educação a alavanca principal para a atingir, um país que quer que cada pessoa possa chegar tão longe na sua formação quanto o levem a sua vontade e o seu esforço, sem outras limitações.

Para alcançar esse novo horizonte educativo, cada Administração terá que assumir plenamente a responsabilidade que constitucionalmente lhe corresponde, cumprir com eficácia o seu papel. Desde 2004 o Governo de Espanha dobrou o orçamento educativo, mas estou muito consciente de que para chegar mais longe, como é o nosso propósito, as Comunidades Autónomas e a Administração Geral do Estado devem aumentar o investimento. E não só o financiamento é importante, também será necessário que toda a sociedade propicie o melhor dos meios, para que a vossa tarefa docente e a aprendizagem dos alunos se desenvolvam nas melhores condições e com a maior qualidade.

Nunca Espanha teve tanto potencial de futuro e nunca antes o nosso porvir dependeu tanto da educação, do conhecimento, da nossa capacidade criadora e inovadora, que são a base do bem-estar e de um novo modelo de crescimento económico.

Sem vós, educadores e educadoras, professoras e professores, sem o esforço que dia a dia entregais e ensinais à sociedade espanhola, não teríamos podido chegar até aqui. E não podemos construir um melhor futuro sem vós.

Por isso seguirei pondo todo o meu empenho em demonstrar que a grandeza de um país deve medir-se pelo prestígio que concede aos seus professores.

Só me resta dizer-vos obrigado.