Durante o período de actividades lectivas, tenho de ir todos os dias à biblioteca da escola e aproveito para ver o que estão a fazer os alunos que aí se encontram.
Quando não há lá nenhuma aula, estão tantos alunos quantos os computadores disponíveis. E a fazer o quê? A jogar. Podem ser simuladores de desportos radicais, combates de naves espaciais, combates de artes marciais ou de guerreiros, ... Mas estão a jogar! Inquiri a funcionária: garantiu-me que é assim todo o dia.
Agora com os Magalhães os miúdos começam a viciar-se no jogo a partir do 1º ano.
Não é a primeira vez na nossa história que nos defrontamos com este fenómeno social. Recordemos que Stanley Ho estudou no Queen's College, Hong Kong e atingiu apenas a Class D porque tinha resultados académicos não satisfatórios. Depois imigrou para Macau onde criou uma rede de casinos, sendo dono de um dos maiores casinos asiáticos, o Hotel e Casino Lisboa de Macau. Alguns políticos portugueses já viram na apetência lusa para o jogo um meio de obter divisas para o país (Santana Lopes pretendia construir um casino no Parque Mayer, a expensas daquela jóia que é o Jardim Botânico da Universidade de Lisboa).
Fui dos que ficaram horrorizados com tal opção. Preferia ver os portugueses a trabalharem no desenvolvimento de produtos (bens alimentares, máquinas, medicamentos, …) que melhorassem a vida das pessoas, não nesta espécie de droga. Mas ei-la que regressa, agora a um nível mais sofisticado: jovens com competências informáticas capazes de produzirem serviços que podem ser comercializados em todo o mundo e puxar pela economia, como a empresa Seed Studios que cria jogos para a consola PlayStation 3, da Sony, com fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) 2007-2013.
Há quem procure curar doenças, há quem crie paliativos para os que estão a morrer… As opções dependem da mentalidade dos povos.
Under Siege, o videojogo da Seed Studios para a PlayStation 3 da Sony.