O Planck é um telescópio da Agência Espacial Europeia que permite captar as microondas do espectro electromagnético entre 30 GHz e 857 GHz, portanto emitidas por fontes térmicas entre 20ºK (-253ºC, pasme-se!) e o zero absoluto (-273ºC, a temperatura mínima do Universo).
Graças às observações deste telescópio de microondas, entre Agosto de 2009 e Junho de 2010, obteve-se esta imagem:
Foto: European Space Agency (ESA)
A faixa central que atravessa a imagem é a nossa galáxia ─ a Via Láctea. Acima e abaixo da Via Láctea vêem-se flâmulas de poeira fria. Nesta teia galáctica estão a formar-se novas estrelas e o telescópio Planck encontrou muitos locais onde estrelas individuais estão a nascer ou a começar o seu ciclo de desenvolvimento.
Menos espectacular, mas mais intrigante é a mancha de fundo na parte superior e inferior da imagem. Esta é a 'radiação cósmica de fundo’ (RCF). É a luz mais antiga do Universo, o resíduo da bola de fogo donde surgiu o nosso Universo, há 13,7 milhares de milhões de anos.
Enquanto a Via Láctea nos mostra o que o universo local parece actualmente, aquelas microondas mostram-nos o que o universo parecia próximo do instante da criação, antes de haver estrelas ou galáxias. É este o objectivo da missão Planck: descodificar o padrão da mancha de fundo de microondas para saber o que aconteceu no Universo primordial.
O padrão das microondas é a impressão cósmica a partir da qual os actuais grupos e supergrupos de galáxias foram construídos.
As cores diferentes representam diferenças mínimas de temperatura e densidade da matéria no céu. De alguma forma essas pequenas irregularidades evoluíram em regiões mais densas que se transformaram nas galáxias actuais. A RCF abarca todo o céu, mas está escondida nesta imagem pela emissão da Via Láctea, que tem de ser removida digitalmente dos dados finais, a fim de se ver o fundo de microondas na totalidade. Quando este trabalho estiver concluído, o Planck irá mostrar-nos a mais precisa imagem do fundo, em microondas, até agora obtida.
A grande questão será saber se os dados revelarão a assinatura cósmica do período primordial chamado inflação. Postula-se que esta era ocorreu logo após o Big Bang e causou a enorme expansão do Universo num pequeníssimo intervalo de tempo.
O Planck a varrer todo o céu para construir a imagem.
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