Mostrar mensagens com a etiqueta Nuno Crato. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Nuno Crato. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Revisão da Estrutura Curricular


O Ministério da Educação e Ciência apresentou hoje às sociedades científicas, associações profissionais e Conselho de Escolas a proposta-base da Revisão da Estrutura Curricular, dando início a um período de consulta pública.
A organização curricular actual e a revisão proposta para o ano lectivo 2012/2013 encontram-se resumidas nos quadros seguintes:

2º ciclo


3º ciclo


Secundário


Em resumo:
No 2º ciclo, há redução de 3 tempos lectivos (45 minutos) em cada turma.
No 3º ciclo, reduz-se 1 tempo lectivo no 8º ano e 4 tempos lectivos no 9º ano, em que os alunos têm de estudar para os exames nacionais.
No ensino secundário, reduz-se, em média, 1 tempo lectivo no 10º e 11º anos, havendo redução de 6 tempos lectivos no 12º ano, em que também há exames nacionais.

Entre as medidas agora propostas pelo Ministro Nuno Crato, queremos destacar as seguintes:
  • aposta no conhecimento estruturante, mantendo o reforço da Língua Portuguesa e da Matemática;
  • garantia de uma aprendizagem mais consolidada da língua inglesa, tornando-a disciplina obrigatória ao longo de um mínimo de 5 anos;
  • maior rigor na avaliação, nomeadamente, através da introdução de exames nacionais no 6.º ano.
  • eliminação da disciplina de Formação Cívica nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e no 10.º ano, mantendo a relevância dos seus conteúdos de modo transversal;

  • substituição da disciplina de Educação Visual e Tecnológica pelas disciplinas de Educação Visual e de Educação Tecnológica, no 2.º ciclo, cada uma com programa próprio e cada uma com um só professor;
  • prestação de maior apoio ao aluno, através da oferta de apoio diário ao estudo no 2.º ciclo;
  • antecipação da aprendizagem das Tecnologias de Informação e Comunicação para o 2º ciclo, garantindo aos alunos mais jovens uma utilização segura dos recursos digitais e um acesso universal à informação e comunicação;
  • eliminação do desdobramento em Ciências da Natureza, no 2.º ciclo, pois a actividade experimental a este nível pode ser efectuada com toda a turma;

  • aposta no conhecimento científico através do reforço de tempos lectivos nas ciências experimentais no 3.º ciclo;
  • alteração do modelo de desdobramento de aulas nas ciências experimentais do 3.º ciclo, através de uma alternância entre as disciplinas de Ciências Naturais e de Físico-Química;
  • valorização do conhecimento social e humano, área essencial do currículo no 3.º ciclo, reforçando os tempos lectivos nas disciplinas de História e de Geografia;

  • manutenção do reforço da carga horária nas disciplinas bienais da formação específica, no Ensino Secundário, de Física e Química e Biologia e Geologia;
  • focalização da atenção do aluno no conhecimento fundamental pela redução do número de disciplinas de opção anual no final do Ensino Secundário.
  • actualização do leque de opções da formação específica, no Ensino Secundário, tendo em conta o prosseguimento de estudos e as necessidades do mercado de trabalho, criando novas disciplinas (e.g. Programação informática);

Finalizamos com estas palavras de Nuno Crato proferidas hoje, em Caparide:

"A revisão agora apresentada reduz a dispersão curricular, centrando mais o currículo nos conhecimentos fundamentais e reforçando a aprendizagem nas disciplinas essenciais.
Os pressupostos que orientam as medidas propostas assentam na definição de objectivos claros, rigorosos, mensuráveis e avaliáveis, reorientando o ensino para os conteúdos disciplinares centrais.
"


domingo, 30 de outubro de 2011

Mudar o ensino - II


O governo de José Sócrates perdeu as eleições em 5 de Junho mas nestes quatro meses, apesar do empenho do ministro Nuno Crato, o ensino pouco mudou.

O Ministério da Educação fez uma rápida reorganização curricular em que
  • eliminou a Área de projecto, uma área curricular não disciplinar que mantinha dois professores na sala de aula para vigiar uma turma de alunos que se dedicava a fazer trabalhos sobre temas gerais — alimentação, droga, futebol, moda, ... — pelo método de navegação na Internet seguida de ‘copiar&colar’ e impressão a cores na fotocopiadora da Biblioteca/Centro de recursos;
  • diminuiu o número de tempos lectivos reservados às outras áreas não disciplinares;
  • aumentou o número de tempos lectivos em Português e Matemática;
  • substituiu as provas de aferição do 6º ano por provas de exames nacionais.
A carga horária semanal do 2º ciclo não sofreu a mínima alteração para os alunos, apenas há uma transferência de tempo das áreas curriculares não disciplinares para duas áreas disciplinares — Português e Matemática. Do lado dos docentes houve uma perda de 5 tempos lectivos de 45 minutos, distribuídos pelos 5º e 6º anos.
No 3º ciclo desapareceram 2 tempos lectivos de 45 minutos, um no 7º e outro no 8º ano, tanto nos horários dos alunos como dos docentes.

Se reduziu em alguns milhares o número de contratos docentes, foi porque
  • acabou com a redução de horário dos avaliadores internos no modelo de avaliação docente;
  • acabou com a redução de horário dos professores que prestavam serviço nas cinco Direcções Regionais de Educação no âmbito da avaliação docente;
  • não autorizou a criação de novas turmas no Novas Oportunidades (NO), um curso que diplomava mas não qualificava os alunos adultos.

Não deve surpreender, portanto, que o ministro Nuno Crato tencione fazer agora uma reorganização curricular mais profunda que leve a uma diminuição dos tempos lectivos dos alunos.
A separação de Educação Visual e Tecnológica (EVT) em duas componentes — Educação Visual e Educação Tecnológica — é bem-vinda porque não é mais difícil leccionar EVT que qualquer outra disciplina, não se justificando a existência do par pedagógico.
Os alunos só têm Introdução às Tecnologias de Informação e Comunicação no 9º ano. Começam, porém, a usar o computador como brinquedo durante a infância, demonstrando uma invejável velocidade de digitação quando chegam ao 5º ano. Nessa altura, o uso dos processadores de texto é estimulado pelos professores de Línguas e Humanidades e a folha de cálculo pelos docentes de Matemática. Se ITIC desaparecer, nem se vai notar.

Entretanto os directores das escolas continuam a defender a ideologia socialista, a impor a elaboração de documentos burocráticos que afasta os professores da preparação das aulas e a atrofiar os alunos entretendo-os com actividades de animação cultural, em geral exteriores à escola e com custos financeiros significativos para as famílias, que se mantêm no modelo de avaliação docente apesar do ministro Nuno Crato querer os professores concentrados nas aprendizagens dos alunos.


Mas na última reunião do departamento de Matemática e Ciências Experimentais vimos os docentes do quadro que se encontram nos primeiros escalões criticar o facto do coordenador do departamento e dos docentes de escalões mais elevados só se terem debruçado sobre as metas da ex-ministra Isabel Alçada, as actividades do projecto de escola e a criação de novas turmas do curso NO, em vez de se preocuparem com o ensino dos alunos.

Foram eles que propuseram a organização do espaço esola, com a criação de um ambiente de trabalho dentro do edifício da escola, sem correrias nos corredores e ruído durante o período das aulas, em oposição ao ambiente de brincadeira, natural e bem-vindo durante os intervalos, nos pátios de recreio.

Foram eles que salientaram a importância das aprendizagens em Português na interpretação dos textos usados em todas as disciplinas e da Matemática no desenvolvimento da capacidade de abstracção.

Foram eles que alertaram para o facto de a economia só principiar a crescer quando as escolas começarem a lançar no mercado do trabalho alunos que desenvolveram hábitos de trabalho e que conseguem ler, escrever e interpretar textos, possuem conhecimentos de História e Geografia, sabem matematizar problemas da vida quotidiana e assimilaram noções elementares de Biologia, Química e Física.

Como se pode resolver este antagonismo?
Criando provas de avaliação de conhecimentos científicos e pedagógicos não só no acesso à carreira docente, mas também no acesso às carreiras de director de agrupamento de escolas, de inspector com funções administrativas e de avaliador externo.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Beethoven - Sinfonia n.º 9 em Ré menor, Op. 125


Depois da reunião geral do pessoal docente, entre muitos rostos sombrios mas decididos a dar luta ao ministro, que só concedeu dez horas semanais para distribuir por um grupo de compadrio enorme, tardava esta alegria.

Dois meses depois, Nuno Crato cumpre a promessa feita no parlamento:

"O ministério da Educação é uma máquina gigantesca que, em muitos aspectos, se sente dona da educação em Portugal. Eu quero acabar com isso."


Beethoven - Sinfonia n.º 9 em Ré menor, Op. 125 IV Presto-Allegro ma non troppo
An die Freude — Ode à Alegria







sexta-feira, 29 de julho de 2011

O modelo de avaliação docente de Nuno Crato - I


No final da primeira ronda com os sindicatos de professores, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) entregou uma nota aos jornalistas, onde afirma querer "iniciar tranquilamente o novo ano lectivo com um novo modelo de avaliação aprovado em que os professores, directores de escola e Ministério, se revejam" e divulga os princípios do novo modelo de avaliação docente:
  1. A avaliação continuará a contar para efeitos de concurso. Mas a preocupação do MEC é que "nenhum professor avaliado pelo modelo actual seja prejudicado" por isso, no final do primeiro ciclo de avaliação com o novo modelo, "os professores poderão optar pela melhor classificação obtida num dos ciclos já realizados".

    (Um suspiro de alívio soltado pelos directores dos agrupamentos de escolas, pelos seus grupos de compadrio e pela sabujice que orbita à sua volta que já asseguraram uma boa classificação. E também pelos sindicalistas, claro.)

  2. Os ciclos de avaliação vão coincidir com a duração dos escalões da carreira docente, i.e. passarão de dois para quatro anos.

    (Diminui a burocracia, logo apoiado.)

  3. As aulas observadas serão efectuadas por professores exteriores à escola do professor avaliado.
 "Não queremos que exista conflitos de interesses entre avaliados e avaliadores. Estes terão de pertencer a um escalão mais avançado e ao mesmo grupo disciplinar do avaliado." Esta última condição é essencial para avaliar o modo como os conteúdos são transmitidos: "Queremos saber se o professor é eficiente."

    (Não basta a avaliação ser externa, é essencial saber como serão escolhidos os professores avaliadores.
    Se forem seleccionados após provas perante professores de universidades públicas da disciplina que leccionam, muito bem.
    Se forem escolhidos pelos directores dos agrupamentos de escolas, directa ou indirectamente através dos conselhos pedagógicos, ou nomeados pelas direcções regionais socialistas, então nada mudará.

    É preciso não esquecer os grupos disciplinares iniciados por 2.
    No grupo de recrutamento 230 - Matemática e Ciências da Natureza, e.g., há uma diversidade de licenciaturas — Matemática, Física, Biologia, Farmácia, diversas engenharias, ensino da Matemática, ensino das Ciências Naturais — e até docentes com um diploma de estudos superiores especializados (DESE) em Administração Escolar que nem sequer é equivalente a licenciatura. Um dos grandes problemas dos maus resultados em Matemática no 2º ciclo está aqui.
    Pelo menos permita-se que estes docentes se movimentem para um dos grupos 500, 510, 520, 530, 540 ou 550 do departamento de Matemática e Ciências Experimentais. Aliás o 230 devia ser posto em vias de extinção pois é uma coutada das ESE.
    Ou pretende-se pôr um professor de Matemática a ser avaliado por outro de Ciências da Natureza, já que ambos pertencem ao 230?)
O ministro comprometeu-se a apresentar propostas concretas aos sindicatos até 12 de Agosto e propôs que o processo negocial estivesse concluído em 31 de Agosto.
Os sindicatos declinaram porque estão de férias neste período. Ficou acordado que as rondas negociais começarão no dia 22 e terminarão a 9 de Setembro.

Falando aos jornalistas no final da ronda com os sindicatos, Nuno Crato lembrou que o estabelecimento de percentagens máximas para as classificações de Muito Bom e Excelente faz parte da "regulamentação da função pública" pelo Sistema Integrado de Gestão e Avaliação de Desempenho da Administração Pública (SIADAP), aprovado em 2007. 

João Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), indicou que na reunião "não houve referências às quotas". Já Mário Nogueira, da Federação Nacional de Professores (Fenprof), declarou que "se houver quotas, haverá desacordo".



O actual ministro da Educação e Ciência é um dos professores universitários que melhor conhece as doenças do ensino básico e secundário e há largos anos luta contra o "eduquês".
Se Nuno Crato não conseguir reformar o Ensino, ninguém o reformará.




domingo, 3 de julho de 2011

Nuno Crato no círculo de fogo do escorpião


A reorganização da rede escolar começou em 2005 e, na primeira fase, visava encerrar todas as escolas do primeiro ciclo com menos de 10 alunos, tendo fechado mais de 2500 escolas.
A segunda fase começou em 2010 e levou ao encerramento de 700 escolas com menos de 21 alunos.
A nova fase do plano previa o encerramento até ao final deste mês de mais 654 escolas, mas a Associação Nacional Municípios Portugueses está a aproveitar a mudança na tutela do ministério da Educação e Ciência para adiar ad aeternum o fecho das escolas.

Sempre me maravilhou a capacidade dos portugueses chegarem a brasa à sua sardinha jurando e trejurando que estão a ajudar o próximo.
O que é uma escola com menos de 21 alunos?

A escola pode ter só ensino Básico ou pré-escolar e ensino Básico.
  1. No caso de só ter ensino Básico, a escola dispõe de uma ou duas salas e um professor do 1º ciclo.
    Vamos supor a situação mais favorável para a manutenção desta escola: existem 20 alunos. Consideremos uma distribuição com cinco crianças em cada ano de escolaridade.
    Temos um professor com quatro grupos de alunos concentrados em cada canto da sala: os que vão iniciar-se na leitura e no cálculo (1º ano), os que sabem alguma coisa (2º ano), os que já conseguem ler, escrever e conhecem os algoritmos da adição e sua inversa (3º ano) e, no último grupo, os mais avançados que sabem ler, escrever, conhecem os algoritmos da adição, subtracção e multiplicação e adquiriram algumas noções de ciências sociais e naturais (4º ano).
    Durante o dia o professor ocupa-se, em média, 90 minutos com os alunos de cada ano de escolaridade enquanto os outros, em geral, estão entretidos a fazer desenhos e pinturas ou a brincar com o Magalhães. Isto é trágico.
    Nas escolas em que todos os alunos de uma turma estejam no mesmo ano de escolaridade, as crianças estarão concentradas 4 vezes mais tempo nos conteúdos programáticos do ano que frequentam e poderão adquirir muito mais conhecimentos.

  2. Vejamos agora o segundo caso. A escola dispõe de duas salas, um educador de infância e um professor do 1º ciclo.
    Vamos supor, de novo, a situação mais favorável para a manutenção desta escola e uma distribuição equitativa.
    Na sala do ensino Básico a única diferença é que são dezasseis os alunos distribuídos pelos quatro cantos da sala. A metodologia, inexoravelmente, tem de ser a mesma, o docente tem de andar de grupo em grupo, não pode ir para o quadro explicar assuntos do 4º ano porque os alunos do 1º ano não conseguiam perceber.
    Na sala do pré-escolar o educador de infância tem que desenvolver actividades lúdicas com quatro crianças de 4 ou 5 anos e, se dispuser de equipamento, as crianças poderão desenvolver capacidades. Mas é um desperdício de recursos ter um educador, que aufere o mesmo vencimento de um professor do 12º ano, a supervisionar as actividades lúdicas de quatro crianças.
Claro que há excepções.
Claro que a deslocação das crianças é um incómodo para os autarcas que têm de organizar o transporte dos miúdos de modo a não exceder 20 minutos e, sobretudo, ouvir duras criticas dos seus pais sobre o estado a que deixaram chegar as estradas que ligam as povoações ao local do agrupamento de escolas.
Claro que o fecho das escolas é doloroso para os educadores de infância e para os professores do 1º ciclo que serão lançados no desemprego.

Mas os contribuintes pagam a educação para que as crianças possam adquirir conhecimentos e desenvolver capacidades, não é verdade?

As toupeiras do ministério, direcções regionais de educação incluídas, já começaram com as fugas de informação, logo amplificadas por associações de autarcas, confederações de pais que, muitas vezes, são simultaneamente professores e pela comunicação social.
Nuno Crato tem de tomar uma decisão sobre o fecho das escolas até ao final deste mês de Julho, senão deixar-se-á prender num círculo de fogo, como aquele que os asiáticos costumam atiçar à volta de um escorpião.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Plano inclinado XXXV - Convulsões recentes nas escolas públicas nos últimos três anos. Professora Rosário Gama






A escola pública pode ser de boa qualidade se os intervenientes assim o quiserem e se a tutela deixar.

Rosário Gama, directora da Escola Secundária Infanta D. Maria (ESIDM), em Coimbra.



[A ESIDM] é uma escola em que uma pessoa entra e vê que há ali uma direcção. As coisas não estão ao acaso, os miúdos não estão a correr pelos corredores durante as horas de aulas, as pessoas respondem às perguntas. (...) e existe um nível de exigência dos professores que é muito grande. (...)
A direcção da escola é uma coisa fundamental. (...)

O professor tem de ser exigente à revelia do ministério. (...)

Todas as contribuições da Sociedade Portuguesa de Matemática são liminarmente rejeitadas [pelo ME].

Nuno Crato

quarta-feira, 10 de março de 2010

Plano inclinado XVI - Tendências educativas em Portugal e a contratação de médicos aposentados



Absolutamente a ver por pais e docentes.
Uma excelente lição de Física, uma lição de Pedagogia e muito bom senso.




terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Plano inclinado XII - Orçamento para o Ensino Superior






"É a educação que pressiona o desenvolvimento económico". E não o inverso.

É a conclusão a que chegaram os autores de recente relatório da OCDE, The High Cost of Low Educational Performance, dois economistas que estudaram a relação entre educação e desenvolvimento económico, baseando-se em dados disponibilizados nos últimos 40 anos pelos países que integram esta organização.
Concluíram também:

" (...) o que interessa é a qualidade do que se ensina e do que se aprende, não é a duração da escolaridade".

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Plano inclinado VI - Ensino Particular VS Ensino Público


Nunca a pedagogia consegue que um professor ensine aquilo que não sabe.
Cristina Robalo Cordeiro (2007)





segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Plano inclinado III - Política económica nacional





"Ou nós mudamos isto a bem, ou os financiadores externos vão-nos mudar a mal."
Medina Carreira


terça-feira, 17 de novembro de 2009

Plano inclinado II - O país não se apercebe da gravidade da situação em que se encontra






Eis o diagnóstico de Medina Carreira:

A nossa entrada na UE exigia uma serie de correcções na nossa vida política e social porque “ficámos abertos ao comércio internacional, penetrando aqui as mercadorias que compramos livremente e vendendo as nossas lá fora livremente. (…) O problema nasce há 20 anos”.
Houve êxitos pontuais de crescimento económico quando a conjuntura internacional foi favorável, “quando o petróleo cai para menos de metade em 1985-90 ou quando os juros caem verticalmente em 1995-2000”.
Mas “a nossa capacidade para nos integrarmos no comércio internacional (…) é em queda permanente.”

Tem este programa um objectivo pedagógico: permitir que os portugueses percebam que “não é uma questão de hoje, vem minando o país há 20 anos. Os partidos, nunca quiseram, ou nunca foram capazes de fazer, todos os que entraram no governo, sem distinção, aquilo que era necessário. E continuamos a não fazer. (…) O escudo permitia camuflar a nossa incapacidade competitiva. No dia em que perdemos a nossa moeda ficámos expostos às regras do comércio internacional. Portanto a nossa decadência acentuou-se.(…) Entre 1996 e Junho de 2009 o nosso produto cresceu 2 vezes, em moeda corrente, a nossa dívida externa cresceu 20 vezes. (…) Isto não tem solução porque não podemos impedir que entrem as coisas que compramos, que são quase todas, e não podemos vender se não formos capazes de competir com os outros que produzem as mesmas coisas.”

O que é que os portugueses podem fazer? Consciencializarem-se e exigirem aos partidos políticos, que podem ser PS e PSD, mas com outra gente, “ (…) capazes de perceber e concretizar as políticas que nos restituam competitividade”.


E agora ouçamos Nuno Crato:

(…) a estratégia de Lisboa, no tempo de Guterres, foi uma catástrofe. Íamo-nos transformar num país tecnologicamente avançado, a Europa ia ultrapassar os EUA. (…) Marketing (…) Era a economia do conhecimento."
Quem fez economia do conhecimento? "Foi quem não falou: foi a Índia e a China. Em vez de planos grandiosos (…) começaram a trabalhar para educar as pessoas, sobretudo do ponto de vista técnico. Criaram gerações e gerações muito bem preparadas. (…) Criaram escolas de excelência. A Índia faz programas de computadores que vendem nos EUA e fazem receitas com isso. Apostaram na técnica em vez de falar dela e da sociedade do conhecimento.”

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Plano inclinado I - O Portugal real - que não é necessariamente o Portugal de que se fala


Obrigatório ver todos os sábados!





Por absoluta concordância relevam-se as afirmações finais de Nuno Crato:


" A questão fundamental em relação à educação é centrar tudo na aprendizagem dos alunos. Não andar a discutir avaliação de professores, questões secundárias, (…) o Magalhães. Não dar o aspecto central à distribuição de computadores. (…)

Pensar o seguinte:
Porquê as nossas crianças não aprendem? Porquê Portugal está em termos de resultados do PISA, em termos de resultados do TIMSS, na cauda da Europa e está mal no Mundo inteiro e outros países estão bem?

Porque não damos atenção ao aspecto central da educação dos alunos. Para isso é preciso uma série de coisas. É preciso mudar programas, é preciso disciplina nas aulas, é preciso formação de professores, é preciso uma avaliação clara dos alunos. Nada disso existe bem feito.
(…) A questão central na educação: são os conteúdos do ensino.
"


Oxalá os nossos políticos, os professores e os encarregados de educação sejam capazes de ouvir e reflectir sobre estas sensatas palavras.