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terça-feira, 20 de julho de 2010

Plano inclinado XXXV - Convulsões recentes nas escolas públicas nos últimos três anos. Professora Rosário Gama






A escola pública pode ser de boa qualidade se os intervenientes assim o quiserem e se a tutela deixar.

Rosário Gama, directora da Escola Secundária Infanta D. Maria (ESIDM), em Coimbra.



[A ESIDM] é uma escola em que uma pessoa entra e vê que há ali uma direcção. As coisas não estão ao acaso, os miúdos não estão a correr pelos corredores durante as horas de aulas, as pessoas respondem às perguntas. (...) e existe um nível de exigência dos professores que é muito grande. (...)
A direcção da escola é uma coisa fundamental. (...)

O professor tem de ser exigente à revelia do ministério. (...)

Todas as contribuições da Sociedade Portuguesa de Matemática são liminarmente rejeitadas [pelo ME].

Nuno Crato

terça-feira, 6 de julho de 2010

Plano inclinado XXXIII - Vítor Bento debate a situação económica e política de Portugal


O problema do crescimento não está a ser endereçado. Só vejo medidas no sentido da restrição, não vejo medidas no sentido da expansão.
Vítor Bento





Aconselha-se os docentes a ouvirem com muita atenção a exposição claríssima do economista Vítor Bento. E a repararem no gráfico com a dívida portuguesa e a grega, porque Durão Barroso não vai presidir à Comissão Europeia para sempre.

Lembrem-se que o trabalho docente se situa no sector não-transaccionável (excepto livros ou pintura produzidos por professores).
No final da escolaridade obrigatória o que é que os alunos sabem? Enviar mensagens de telemóvel e navegar na Internet. Quanto à língua portuguesa lêem mal e ainda escrevem pior. Arranham o Inglês. Não são capazes de compreender um problema matemático e ainda menos de o equacionar. Têm noções rudimentares de Física, Química e de Biologia. Nada sabem de Mecânica, de Electricidade ou de Electrónica.
É com estes conhecimentos que vão produzir bens transaccionáveis?

Se nos limitarmos a cumprir cegamente a burocracia imposta pelo ME, se nos preocuparmos apenas em entrar nos grupos de compadrio criados por directores incompetentes, para além do aumento de impostos do plano de austeridade, que entrou em vigor neste mês, vamos apanhar uma tremenda redução de salários.
Lembrem-se que a classe política é aprovada pelos eleitores e detém o poder de legislar, o ónus das suas politicas não cairá sobre os seus membros, vai abater-se sobre o funcionalismo público, em geral, e sobre os professores, em particular. Quando cortam 5% no lado dos vencimentos, aumentam 10% no lado de regalias a que só eles podem aceder.

É preciso ensinar os alunos a estudar e a trabalhar, é preciso que aprendam não só os reduzidíssimos conteúdos programáticos exigidos pelo ME, mas muito mais, tudo aquilo de que necessitam no mercado do trabalho. É preciso desencadear uma onda de exigência na docência para relançar a economia do país.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Plano inclinado XVIII - Actividade Empresarial em Portugal






Acertadas estas palavras do Engenheiro Henrique Neto, a merecerem relevo:


"De todos os problemas que a Educação em Portugal tem, há um factor absolutamente determinante que é a cultura científica.
Não é possível adoptar novas tecnologias, não é possível as empresas modernizarem-se com quadros opinativos.
(…) Não calculam o que é ter uma empresa, meia dúzia de engenheiros e cada vez que há um problema [darem uma opinião], em vez de definirem, numa página, qual é o problema, qual é a causa e qual é a solução. Em qualquer cultura, qualquer pessoa que é engenheiro sabe que tem de fazer isto.
Se reunirem meia dúzia de engenheiros à volta de uma mesa são seis opiniões, nenhuma delas cientificamente fundamentada. A sociedade portuguesa não é científica, não tende a valorizar os números, os dados, a ciência.

(…) As universidades devem procurar a verdade, o rigor, a exactidão. Temos um governo que faz a política de dar números falsos, errados. (…) Os empresários não têm informação credível.

Como é que é possível numa Europa, num Mundo de elevada competência, com pessoas nas empresas e também nos estados que estão no topo das carreiras universitárias, ou políticas, ou empresarias, [sobrevivermos] com os aprendizes de feiticeiro que existem no nosso país.
"


quarta-feira, 10 de março de 2010

Plano inclinado XVI - Tendências educativas em Portugal e a contratação de médicos aposentados



Absolutamente a ver por pais e docentes.
Uma excelente lição de Física, uma lição de Pedagogia e muito bom senso.




terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Plano inclinado XII - Orçamento para o Ensino Superior






"É a educação que pressiona o desenvolvimento económico". E não o inverso.

É a conclusão a que chegaram os autores de recente relatório da OCDE, The High Cost of Low Educational Performance, dois economistas que estudaram a relação entre educação e desenvolvimento económico, baseando-se em dados disponibilizados nos últimos 40 anos pelos países que integram esta organização.
Concluíram também:

" (...) o que interessa é a qualidade do que se ensina e do que se aprende, não é a duração da escolaridade".

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Plano inclinado VI - Ensino Particular VS Ensino Público


Nunca a pedagogia consegue que um professor ensine aquilo que não sabe.
Cristina Robalo Cordeiro (2007)





segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Plano inclinado III - Política económica nacional





"Ou nós mudamos isto a bem, ou os financiadores externos vão-nos mudar a mal."
Medina Carreira


terça-feira, 17 de novembro de 2009

Plano inclinado II - O país não se apercebe da gravidade da situação em que se encontra






Eis o diagnóstico de Medina Carreira:

A nossa entrada na UE exigia uma serie de correcções na nossa vida política e social porque “ficámos abertos ao comércio internacional, penetrando aqui as mercadorias que compramos livremente e vendendo as nossas lá fora livremente. (…) O problema nasce há 20 anos”.
Houve êxitos pontuais de crescimento económico quando a conjuntura internacional foi favorável, “quando o petróleo cai para menos de metade em 1985-90 ou quando os juros caem verticalmente em 1995-2000”.
Mas “a nossa capacidade para nos integrarmos no comércio internacional (…) é em queda permanente.”

Tem este programa um objectivo pedagógico: permitir que os portugueses percebam que “não é uma questão de hoje, vem minando o país há 20 anos. Os partidos, nunca quiseram, ou nunca foram capazes de fazer, todos os que entraram no governo, sem distinção, aquilo que era necessário. E continuamos a não fazer. (…) O escudo permitia camuflar a nossa incapacidade competitiva. No dia em que perdemos a nossa moeda ficámos expostos às regras do comércio internacional. Portanto a nossa decadência acentuou-se.(…) Entre 1996 e Junho de 2009 o nosso produto cresceu 2 vezes, em moeda corrente, a nossa dívida externa cresceu 20 vezes. (…) Isto não tem solução porque não podemos impedir que entrem as coisas que compramos, que são quase todas, e não podemos vender se não formos capazes de competir com os outros que produzem as mesmas coisas.”

O que é que os portugueses podem fazer? Consciencializarem-se e exigirem aos partidos políticos, que podem ser PS e PSD, mas com outra gente, “ (…) capazes de perceber e concretizar as políticas que nos restituam competitividade”.


E agora ouçamos Nuno Crato:

(…) a estratégia de Lisboa, no tempo de Guterres, foi uma catástrofe. Íamo-nos transformar num país tecnologicamente avançado, a Europa ia ultrapassar os EUA. (…) Marketing (…) Era a economia do conhecimento."
Quem fez economia do conhecimento? "Foi quem não falou: foi a Índia e a China. Em vez de planos grandiosos (…) começaram a trabalhar para educar as pessoas, sobretudo do ponto de vista técnico. Criaram gerações e gerações muito bem preparadas. (…) Criaram escolas de excelência. A Índia faz programas de computadores que vendem nos EUA e fazem receitas com isso. Apostaram na técnica em vez de falar dela e da sociedade do conhecimento.”

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Plano inclinado I - O Portugal real - que não é necessariamente o Portugal de que se fala


Obrigatório ver todos os sábados!





Por absoluta concordância relevam-se as afirmações finais de Nuno Crato:


" A questão fundamental em relação à educação é centrar tudo na aprendizagem dos alunos. Não andar a discutir avaliação de professores, questões secundárias, (…) o Magalhães. Não dar o aspecto central à distribuição de computadores. (…)

Pensar o seguinte:
Porquê as nossas crianças não aprendem? Porquê Portugal está em termos de resultados do PISA, em termos de resultados do TIMSS, na cauda da Europa e está mal no Mundo inteiro e outros países estão bem?

Porque não damos atenção ao aspecto central da educação dos alunos. Para isso é preciso uma série de coisas. É preciso mudar programas, é preciso disciplina nas aulas, é preciso formação de professores, é preciso uma avaliação clara dos alunos. Nada disso existe bem feito.
(…) A questão central na educação: são os conteúdos do ensino.
"


Oxalá os nossos políticos, os professores e os encarregados de educação sejam capazes de ouvir e reflectir sobre estas sensatas palavras.