Numa entrevista recente, Passos Coelho esclareceu que a situação do desemprego docente vai aumentar devido ao decréscimo demográfico e aconselhou os docentes desempregados, e os alunos que se estão a formar para o desemprego nas escolas superiores de educação, a fazerem uma reconversão profissional ou a emigrarem, em especial, para os países de língua portuguesa com recursos — Angola, Timor, Moçambique e Brasil — e com os quais existe acordos de cooperação no sector do ensino.
Seguiu-se um coro de hipócritas: A. J. Seguro, a Fenprof, Carvalho da Silva e... Marcelo Rebelo de Sousa.
Debrucemo-nos mais pormenorizadamente sobre este assunto:
- Em 2010, o Número médio de filhos por mulher foi 1,37 (para manter a população actual deveria ser 2).
- Os tempos lectivos das áreas curriculares não disciplinares — área projecto, estudo acompanhado, formação cívica — criadas pelos governos Guterres desaparecem, por completo, no ano lectivo 2012-13, não sendo compensados, na totalidade, pelo aumento de tempos lectivos nas disciplinas essenciais — Português, História, Geografia, Matemática, Ciências Físico-Químicas e Ciências Naturais — da recente revisão da estrutura curricular.
- Em todas as disciplinas passa a haver um único professor na sala de aula.
- Há mais de uma dúzia de escolas superiores de educação públicas — Algarve, Beja, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Viseu —, a maioria nas mãos dos socialistas e Mariano Gago concedia-lhes imensas vagas.
- Há numerosas escolas superiores de educação privadas — ESE de Almeida Garret, de João de Deus, de Paula Frassinetti, de Piaget, de Torres Novas, ...
Impõe-se perguntar:
É possível empregar no sector do ensino, em Portugal, todos os educadores de infância e professores que estas escolas estão a formar?
Esta situação deve ser escondida, ou abordada com clareza?
Quando confrontado com o problema, o primeiro-ministro deve desviar a conversa, ou propor alternativas?
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